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Entrevista: Arthur Miranda fala sobre a Adicção, Aceitação e Recuperação

(Perguntas referentes aos 12 passos do NA durante o período de internação. Trecho do livro: Pague para entrar e reze para sair - por Arthur Miranda. Prelo)

NA – Como a doença lhe afetou física, mental, emocional e espiritualmente?

Arthur Miranda – Como disse anteriormente, a doença me deixou muito magro, olhos fundos, a minha pele estava seca e os meus cabelos perderam o brilho. Eu não conseguia fazer exercícios físicos, pois meu corpo se achava debilitado e preguiçoso. Afetou mentalmente quando o uso constante levou-me ao surto psicótico  e nele acreditei que podia: ler pensamentos; enviar e receber pensamentos como imagens e frases; ocultar pensamentos durante o uso da maconha para não ser descoberto; destruir e reconstituir cabeças; curar pessoas e animais e tantos outros. Lutei com isso um bom tempo, mas hoje, graças a Deus, meu coração está confortado com a ideia de que não tenho poderes especiais. A maneira como a doença me afetou espiritualmente, foi tornando em mim a ideia de que eu transitava num mundo espiritual muito visível: tinha a certeza de ver vultos e ao dormir sentia a obsessão de espíritos. Com as orações que a minha mãe me ensinou, sentia mais confortado. A maneira como me afetou emocionalmente foi tornando-me insensível a tudo que acontecia a minha volta, ao ponto de que nem os namoros não me satisfaziam mais. Nada me dava alegria. A minha alegria só acontecia sob o efeito da maconha. Fora isso, não me interessava por coisa alguma. ( Goiânia, julho de 2013) 

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Distante - por Arthur Miranda

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